domingo, outubro 21, 2007

Costa Rica, Parte II: De Hermosa a Dominical...

Saímos de Hermosa rumando para nosso próximo destino, Playa Dominical. Um trajeto de uns 280 quilômetros que é feio em mais ou menos 4 horas, devido a estrada, extremamente esburacada. São uns 200 kilometros onde uma estrada exageradamente larga corta plantações intermináveis de café.
No caminho há inúmeras praias, uma grande parte delas com ondas, saímos da estrada algumas vezes para dar uma checada no local, sempre uma entradinha de terra leva você até a beira do mar, não tente se arriscar em alguma delas sem estar com um carro 4x4..
No meio do caminha chegamos a cidade de Quepos, não lembro agora se era sábado ou domingo, mas no centro da pequena cidade litorânea ocorria uma feira, barracas espalhadas pela praça vendiam artesanatos e as frutas mais estranhas que você pode imaginar, demos uma olhada em todo lugar, compramos umas frutas e já que estávamos ali fomos almoçar na feira. No centro da praça, um som caribenho tocava alto, dentro de um espaço reservado umas 4 tias gordas mexiam grandes panelas, uma turma de garçom onde o mais velho devia ter 15 anos atendiam o pessoal, pegamos uma mesa nos sentamos e logo veio um dos guris nos atender. Era simplesmente impossível entender qualquer palavra do espanhol do moleque, alem de ter um sotaque carregado, misturava com o som, então pedi para ele um refresco e fui ver o que existia dentro daqueles panelões. Dentro de cada uma, havia uma comida com um cheiro maravilhoso, que fez minha fome aumentar instantaneamente, tentei perguntar o que era, mas novamente não consegui entender nada. Pronto pedi um pouco de cada,voltei para a mesa com um pratão cheio, a comida era ótima. comemos, bebemos e nos mandamos.
Logo chegamos a Domical, a beleza da praia é exuberante, coqueiros cortam a areia em grande número, pegamos uma pousada por 15 dólares na beira do mar, descarregamos o carro e fomos pegar umas ondas, altas ondas um pouco crownd, uma onda cavada que abria para ambos os lados. Ficamos dois dias em Domical, onde pegamos boas ondas. E partimos para Pavones, Pavones...

Mapa da Costa Rica.



quarta-feira, agosto 08, 2007

Costa Rica, Parte I : De Novo Hamburgo a Playa Hermosa.

Caminhando em direção ao balcão de chek-in, no aeroporto de San José capital da Costa Rica. Sentia a cada passo as ferroadas em meus pés cortados e machucados, lembrança das bancadas de pedra e coral que haviam ficado para trás. Os braços mal suportavam o peso das bagagens. As pernas se moviam com lentidão. Cada pedaço de meu corpo sentia algum tipo de dor. A pele havia se tornado uma mistura de protetor solar, areia e hipoglos. Os lábios rachados, os olhos ainda ardiam. Tudo graças a seções de surf intermináveis, a mais de 6 horas por dia dentro da agua. Você lembra quando era criança ia ao mercado e la tinha aquele pirulito multi-colorido igual ao do Chavez, você sabia que não ia conseguir comer tudo, mas queria com toda vontade aquele pedaço do paraíso, quando mais nada interessava, quando todos seus desejos e sua atenção eram somente para aquele doce a sua frente. Foi mais ou menos assim que me senti nesta trip, nada mais interessava, o dólar, a faculdade, o trabalho, a crise aérea, a pousada, o Grêmio, somente nós 3, eu, minha namorada e as ondas. Sentia que tudo tinha valido muito a pena, me sentia melhor, me sentia mais feliz, se tivesse o controle remoto mandava voltar a fita a 8 dias atrás.

Estávamos em nosso apartamento, eu a Paty, minha namorada e companheira de viajem e de mar. Terminávamos de arrumar as bagagens, conferíamos os últimos detalhes, passaporte, dólar, pranchas, atestados de vacina, remédios, pés de pato, botinhas, lycras, parafina, as malditas chaves de quilhas, jogo extra de quilhas, lesche extra... Estava tudo certo, a sogra preparava um cachorro quente, para acabar com a fome. Logo meu amigo Rodrigo que iria nos levar no aeroporto chegou.

A incerteza sobre nosso voo até São Paulo era grande, pois em meio ao caos aéreo que nosso país atravessa e apenas 2 dias antes ter ocorrido o maior desastre aéreo do Brasil, com a mesma empresa com a qual voaríamos e para o mesmo destino, deixava o clima bastante tenso. Logo que chegamos ao aeroporto Salgado Filho (Porto Alegre), fizemos o check-in o vôo estava confirmado, mais de 1 hora de atraso até decolarmos, avião lotado e quando pousamos em São Paulo palmas para o capitão. Logo pegamos nossa conexão para o Panamá, mais sete horas de voo até lá, depois mais uma conexão de 1 hora e meia até nosso destino a Costa Rica.

Enfim pisávamos em solo Costa Riquenho, a primeira impressão foi o calor, saimos de um frio de 5 graus do Rio Grande do Sul, para ótimos 30 graus em San José. Desembarcamos, imigração, passaporte, pranchas, bagagens tudo certo. Na saída do aeroporto uma confusão, agentes de viagens esperavam levantando plaquinhas com os nomes dos passageiros, não encontramos nenhuma com nossos nomes, resolvemos sair daquele tumulto, tentei explicar nossa situação a um agente que procurava uns passageiros que não éramos nós, arranhando muito mal arranhado meu espanhol, consegui conversar com o homem, ele gentilmente passou um radio para nossa agência e logo uma van veio nos pegar. Em meio a um trânsito confuso em 5 minutos chegamos a locadora de veículos para pegarmos o carro que tinhamos alugado de Porto Alegre. Tudo muito bem organizado na locadora, fomos muito bem atendidos tanto na chegada quanto na saída, em geral o povo Costa Riquenho é bastante gentil e atencioso, a caminhonete 4x4 me surpreendeu positivamente, estava esperando algo muito pior, mas me enganei pois o veículo estava em ótimo estado tento de lata como de mecânica.

Tocamos as malas para dentro, pranchas pressas em cima da caranga e pegamos a estrada rumo ao nosso primeiro destino Playa Hermosa, pacífico central, na região de Jacó. Demoramos um pouco para achar a saída de San José, pois em toda a Costa Rica embora exista placas de sinalização é comum se perder e errar o caminho e conosco não foi diferente. Erramos um cruzamento, em uma estrada já longe da capital e quando vimos estávamos indo em direção e fronteiro com a Nicarágua, tivemos que dar um volta por outra estrada para não precisar volta a San José, enfim rodamos uns 80 km a mais para chegarmos a Jacó, chegamos lá no meio da tarde e fomos dar uma conferida no mar, a ansiedade era grande, mais de 16 horas entre vôo e aeroporto, mais 3 horas de carro e estávamos em frente ao oceano Pacifico. Na minha mente a imagem era única, Mar grande, liso, tubular com vento terral. Mas que nada, decepção total, mar mexido, ondas de 25 centímetros, vento maral. Ter ficado a noite sem dormir, depois dirigir por 3 horas, não ter onde tomar banho e mal conseguir escovar os dentes, se perder em um pais onde você mal consegue se comunicar, nada disto tinha sequer chegado perto de me abalar, mas quando olhei aquele mar... respirei fundo, parece Imbé em dia ruim. Comentei com a Paty, como a praia era bonita ela concordou balançando a cabeça e pulamos dentro do carro, afinal aquele não era nosso destino, ali era Jacó e não Hermosa, embora Hermosa ficasse apenas 8 Km mais ao sul.

Dei a volta e pegamos pela primeira vez a carreteira do Pacífico, sobe e desce muita curva e em menos de 15 minutos avistamos ainda da estrada Hermosa, a praia é extremamente longa, mal conseguíamos enxergar o final da praia, a areia negra que se estende por toda a praia da um tom de algo desconhecido de algo diferente, e vimos o que queríamos, uma quantidade incontável de ondas quebrando por toda a praia, 1 metro talvez 2, acelerei, tinha a sensação de que finalmente tinha chegado em algum lugar. Sorriso largo no rosto, todos os problemas haviam ficado para tras, avistamos uma plaquinha “CABINAS $10”, é ali, um americano nos atendeu, não quis nem olhar o quarto, já fui pegando as bagagens, atiramos as coisas para dentro do quarto, passei parafina em tempo recorde na prancha, e fomos para a praia.

Uma faixa de 15 metros de areia negra, separa o mar das pequenas entradas para a praia, a areia é uma descida até o mar, as ondas quebram extremamente na beira, você vê o pessoal pegando onda quase que de cima, ondas fáceis e gordas de 1,5 metros faziam a alegria da galera, quebravam tanto para a direito como para a esquerda. Enfim entramos, a entrada no mar se faz a “la havaiana”, dois passos na agua e já não da mais pé, você fica parado na areia, esperando vir uma espuma, sai correndo a salta por cima dela, já cai deitado sobre a prancha e remando forte, para que a próxima onda não te devolva a areia. Se tudo der certo e sempre dá em 20 segundos você estará sentado na prancha esperando a próxima série.

Surfamos até o anoitecer, no dia seguinte o mar tinha baixado um pouco, fizemos uma seção logo cedo e rumamos para nosso segundo destino, Playa Dominical. Hermosa foi uma boas vindas, disparado foi o mar mais playground que pegamos na viagem...


Continua em breve, De Hermosa a Dominical...


Mamon, frutinha que nos acompanhou durante toda a viagem, embora tenha uma aparência estranha tem um ótimo sabor.






quarta-feira, julho 18, 2007

Você não sabe disto, leia este texto.

Não é possível continuar assistindo o massacre de inocentes. O caos aéreo e as tragédias começaram a ocorrer, exatamente, a partir do momento em que se retirou do Ministério da Aeronáutica a administração do Sistema de Aviação Civil. Isso não é coincidência. É o resultado da desprofissionalização do setor, da falta de subordinação entre órgãos e da quebra da hierarquia do sistema.


A Aeronáutica, organização altamente profissionalizada (e imune a loteamentos de cargos), administrou a aviação no Brasil de 1941 até março de 2006. Foram 65 (sessenta e cinco) anos de gestão. Sessenta e cinco anos, sem que nada sequer parecido com o que ocorreu nos últimos treze meses tivesse se verificado. Profissionais (militares) foram sendo substituídos por militantes políticos inexperientes. Órgãos que compõem o sistema de aviação civil foram inoculados com essa anomalia brasileira que a cada quatro anos distribui vinte e cinco mil cargos. Essa prática é inédita no mundo. Igualmente inédito é o caos aéreo brasileiro que não encontra precedente em toda a história do transporte aéreo mundial, desde Santos Dumont.



Pelo amor de Deus, devolvam o comando da aviação civil do País ao Ministério da Aeronáutica, única maneira de blindá-la a essa prática que está acabando com a administração pública brasileira. Acabem com o Ministério da Defesa e com a ANAC. Restabeleça-se o organograma que administrou a aviação no Brasil, de 1941 até a criação dessas duas peças inúteis.



O que mais precisa acontecer? Quantas vidas vale um cargo? A aviação simplesmente não funciona sem profissionalismo, disciplina e hierarquia. Isso não existe mais. Enquanto esses três requisitos estiverem ausentes, o caos aéreo, as tragédias e as mortes vão continuar.

quinta-feira, maio 17, 2007

Vitória de Surfista Brasileito!!! No WCT? Não, na ANAC.

Pessoal, quem, já fez alguma trip em que utilizou o transporte aéreo, provavelmente teve que pagar aquela taxa absurda para levar a prancha.
Pois bem, esta prática desonesta das empresas aéreas acabou, graças ao Paulo Magalhães, que moveu uma ação junto a ANAC.

Abaixo segue um trecho dos mails que trocamos:

Caro Fabio.

Toda essa história começou quando resolvi pesquisar sobre a legalidade da cobrança para levar pranchas de surfe, mesmo quando estão dentro dos 23 quilos de franquia de bagagem. Concluí, com minha pesquisa, que a cobrança não tem respaldo legal. Se a mala do surfista tiver 13kg e a prancha 10kg, por exemplo, então está dentro dos 23kg. Se a soma passar um quilo, por exemplo, pagará apenas 1kg de excesso, independentemente de ser prancha.

Pois bem. Depois de concluir minha pesquisa sozinho, consultei a ANAC a respeito. A ANAC, enquanto agência reguladora, não é um órgão de governo, mas de Estado. Então, depois de muitas idas e vindas, muito tempo investido e muitos documentos trocados, recebi um documento da ANAC dizendo que eu tinha razão e que passariam a fiscalizar. Foi uma grande vitória.

Mas não vão fiscalizar, eu sei. A vitória se resume a haver um documento que refere expressamente não ter respaldo a cobrança por pranchas.

Daí entra a segunda etapa. Estou em contato com o MP que, dentre suas atribuições, pode chamar a companhia aérea e fazê-la cumprir, sob pena de ser acionada. Não bastasse, a idéia é fazer as empresas cumprirem e colocarem uma placa explicativa nos aeroportos. Isso é o que eu quero e o que vou atrás. Mas, veja, venci a primeira etapa sozinho - e era a mais importante, disparado! - e agora vou pra segunda.

Se tu quiseres não pagar enquanto eu evoluo na segunda etapa, quando fores viajar leve impressa a portaria 676 do DAC (pegas no site da ANAC) e apenas mostre ao "gerente". Eu duvido que tu pagues. Nem ele conhece essa portaria....

O mesmo vale pra viagens internacionais cujo transporte de bagagens seja pelo sistema de peso (e não de peças)

------------------------------------------------------------------------------------------------

Pessoal este é o link para a portaria 676: http://www.anac.gov.br/biblioteca/portarias/port676GC5.pdf


Agradeçam ao Paulo pela vitória; paulo@teuadvogado.com.br










quinta-feira, maio 03, 2007

Agora Vai!!!

Começa amanhã sexta-feira (04/05) a janela de espera, para o melhor evento de circuito (que Pipe Master nada).

É no Tahiti que o bicho pega, se ficar grandão então, tem Top 45 que se lesiona fora da água.

Mas, agora vai, estamos em 14º com o Raoni e o Léo Neves. E aposto todas as minhas fichas no Léo Neves, principalmente se ficar muito grande o mar. Está mais que na hora do Brasil levar este CANÉCO...





Bruce Irons, tomando uma vaquinha...



segunda-feira, fevereiro 05, 2007

O Paraíso Perdido:


Sem palavras



Mais um verão chega, sol, calor, mar, praia...

Ah, a praia, já faz alguns anos que passo alguns dias em uma praia de Santa Catarina (não vou dizer o nome, logo vocês saberão por que).

Uma praia linda, calma, tranqüila, quase tão calma quanto seu mar, alias seus mares, é a praia consegue reunir nas suas areias dois mares, mas isto é uma outra estória.

Enfim, anos atrás quem por aqui passava podia descansar aos únicos sons que tomavam o ambiente, o som do mar o do vento e o cantar dos pássaros, e quantos pássaros, Pardais, Rabo-de-Gralha, Canários e outras espécies que não sei o nome. Uma paz sem igual, caminhando pela areia você demorava minutos para encontrar alguém, quem realmente dominava as areias eram as conchas, se espalhavam por toda a praia aos milhares, de todos os tipos, formas, tamanhos, cores. Dentro dor mar a única coisa que se via era as fazendas de ostras e um ou outro banhista, que nem chegava a incomodar os cardumes de peixes que nadavam tranqüilos quase na beira do mar. A e o surf, não poderia me esquecer do surf, nesta praia raramente as ondas passam dos 20 centímetros, então tínhamos que ir para uma praia próxima uns 8 kilometros, o trajeto era demorado a estrada absurdamente esburacada, se demorava quase meia hora para completar a curta viajem e quando se chegava a este vilarejo, pegávamos nossas pranchas e entravamos, passávamos horas no mar quase que sozinhos, apenas alguns nativos dividiam as ondas conosco. Ao sair do mar voltávamos todos em silencio, não precisávamos falar nada o lugar e o ambiente falava por si. Enfim, havíamos descoberto o Paraíso.

Mas, os anos passaram. Hoje sentado aqui nesta mesma casa, os sons não são mais os mesmos, a praia foi invadida por carros equipados com o som mais potente possível, o belo cantar dos Canários foi substituído por bandas de pagode, por levadas funk e por todo tipo de barulho que estes carros possam produzir, uma barulheira sem igual. Caminhar pala areia, você deve ter cuidado, para não pisar em uma garrafa de cerveja deixado por alguém, deve ter cuidado para não morrer atropelado na beira da praia, novamente por um carro barulhento, alias esta mais do que provado quanto maior a potencia do som de um carro, menor a inteligência de quem o dirige. Ah e as conchas, pobres conchas foram seqüestradas, levadas de sua praia, colocadas em sacolas de supermercado e esquecidas dentro de alguma gaveta em um apartamento de alguma grande cidade, no lugar delas estão pontas de cigarros, pacotes de salgadinhos e a mais variada gama de porcaria. Dentro do mar as fazendas de ostras ainda estão lá, mas os peixes praticamente sumiram, agora no lugar dos peixes existem jet-skys das mais variadas cores e cilindradas, poluindo ao maximo a água e o ar. Existem também as lanchas, lindas, que desfilam com seus play boys chifrudos e suas piranhas expostas no casco da embarcação. A e o surf, não poderia me esquecer do surf, as ondas por aqui continuam as mesmas, então pegamos a mesma estrada, mas agora os buracos sumiram, um asfalto lindo tomou conta de pequena estrada, o percurso é feito rapidamente, entre pegas e acidentes, ao chegar no pequeno vilarejo entrar no mar se torna um desafio os nativos já devem ter desistido de surfar ali a tempo, entre 60 e 80 pessoas se acotovelam tentando pegar uma onda. Certo dia parei na beira do mar e simplesmente não entrei, caminhei uns 40 minutos até outro pico onde as ondas não são tão boas mas onde havia apenas dois surfista (três comigo) pude fazer uma seção de surf tranqüilo. Enfim, o Paraíso havia sido perdido.

Resta a nós procurarmos no próximo verão um lugar onde tenha o menor numero de pessoas possíveis. Porque nós Brasileiros somos o povo com a pior educação possível.



Como diz a propagenda ``O Verão Chegou``