quarta-feira, julho 30, 2008

Costa Rica, Parte III: De Dominical a Pavones...


Saímos de dominical lá pelas 10 da manha, com o objetivo de chegar cedo a Pavones, afinal a distância entre as duas não é muito superior a 200 Km. Mas.....

Mas logo, tu chega na estrada de chão, meu velho que coisa, para ajudar a cada 15 minutos caia uma tempestade, daí parava fazia 15 minutos de sol e outra tempestade, mais 15 minutos de sol e assim se vai.

Fomos cruzando inúmeros vilarejos, alguns até tinha um certo tamanho mas não deviam passar dos 2 mil habitantes.

A Costa Rica possuiu uma quantidade imensa de rios e nessa viagem se percebe eles como nunca, cada vez que você tem que cruzar sob um rio existe uma ponte de ferro enferrujado que deve estar lá a algumas décadas, o espaço para passar é pequeno, só passa um carro de cada vez, se tu der azar vai ficar um bom tempo esperando todos os carros que vem do sentido contrario passar para só depois tu ir. Quando chega tua vez é só ir tem que cuidar para não errar o pneu no lugar, sabe quando tu vai trocar o óleo e tem que colocar o carro sob aquela plataforma, que fica o frentista gritando ‘’MAIS PARA ESQUERDA, MAIS PARA DIREITA’’ é mais ou menos aquilo só que sem o frentista e um rio lá em baixo, uns 40 metros lá em baixo.


Ponte Clássica



Então tu vai passando por varias pontes como esta, cruzando vilarejos até que tu chega em um rio imenso, deve ter uns 200 metros de extensão e uma correnteza que se faz presente, a ponte de ferro nem sinal dela, a única forma de atravessar é em uma balsa, que é tocada por um motor a diesel e presa por 2 cabos de aço, os caras prenderam 2

cabos de aço em cada margem do rio para que a balsa não seja levada pela correnteza. Maravilha, mas vamos embora tem que pagar uns 5 reais, não lembro ao certo o valor sei que só paguei 1 real o cara da balsa ficou apaixonado pela nossa moeda de 1 real dei uma para ele e ficamos todos felizes, a balsa deve andar a uns 2 km por hora, mas chegamos a outra margem sem sobressaltos.


Travessia na balsa, o resto da ponte ao fundo



Continuamos andando até que paramos para perguntar novamente, após ter visto uma placa que dizia “Fronteira Panamá 10KM’’, estávamos perdidos havíamos passado a entrada para Pavones sei lá quanto tempo, voltamos, e achamos a entrada certa.

Enfim, chegamos a Pavones o lugar é lindo, demos uma olhada de longe as ondas estavam pequenas, já era meio da tarde tínhamos umas 3 horas de sol ainda e como havíamos ido tão longe resolvemos ir até a ultima praia da costa rica que fica a 5 km.

No meio do caminha outro rio, este sem ponte de ferro enferrujado e sem balsa com cabos de aço. O rio tinha uns 60 metros de margem a margem, fundo de pedra e estávamos a uns 100 metros do mar. Liguei o 4x4 e fomos rio a dentro, a Patríc

ia quase tendo um negocio do meu lado, no meio do rio a caminhonete começou a andar de lado, pois a correnteza era mais forte e o rio mais fundo ali, confesso que “gelei”, mas passamos e chegamos a Punta Banco. O lugar é absurdamente lindo, parece aqueles quadros que vemos, coqueiros na beira da praia, a praia deserta. O lugar é um vilarejo onde devem morar umas 100 pessoas no máximo, alugamos uma casa imensa na beira do mar, exatamente na beira do mar por 10 dólares a diária. Olhamos as ondas tinha 1 metrão gordo, valendo o banho, o sol já caia no horizontes, pegamos as pranchas e nos tocamos surfamos até o sol nos mostrar a hora de ir embora.

Eu dando uma clássica de tu

rista, peguei uma direita de saideira e fui o máximo nela, sai da onda próximo as pedras e me ferrei, a Costa Rica me mostrava todos os seus corais e ouriços a água tinha menos de meio metro de profundidade era

praticamente impossível caminhar, cada espumada de onda que levava era 1 corte no pé, cabeças gigantes de corrais surgiam do nada eu tentava ficar sob elas, levei uma meia hora para sair dali, passei um sufoco e cortei todos meus pés.

Na hora da janta fomos comprar algo na única vendinha do vilarejo, e negociamos um prato feito com a tia da venda, fomos acabar jantando na sala de tia.

Ficamos 1 dia e meio em Punta Banco e voltamos para Pavones, junto com o Swell, passamos 3 dias em Pavones a pegamos altas ondas, o fundo de pedra complica a entrada e a saída do mar, mas não é nada de mais, só tem que cuidar para n

ão despencar junto com o Lip na maior da serie. Passamos 3 dias fazendo um intensivo de esquerda, a onda é inacreditável você encaixa na parede e tira uma soneca, quando acordar ainda vai estar na onda. Pegamos no pico do swell 2 metrão, tinha onda para todo mundo, embora o crowd as vezes era xarope, vale frisar aqui crowd de Brasileiros, era só o que tinha lá.

Em nosso ultimo dia em Pavones, nos juntamos com uns Paulistas e uns Cariocas e resolvemos ir para Cabo Matapalo, é a outra ponta da gigantesca baia, fica a uns 30km de Pavones em linha reta pelo mar, Logo cedo juntamos a turma e fomos atrás de um pescador disposto a nos levar até lá, pois esta é a uma forma de ir. Até que um pescador que estava saindo para o mar para pescar, oferecemos 100 dólares e fechamos o pacote, fomos até Matapalo.

Ai só tem direita, chegamos por trás do pico e encontramos altas ondas sem ninguém a praia inacessível por terra só pedra arvore e araras muitas araras, o cenário é de filme, durante umas três horas surfamos de frente para um paredão de 80 metros, o dr

op era kamikaze, mas depois que saia do paredão de pedra a onda abria na praia e você ia até quase a beira inacreditável o lugar.

Enfim voltamos até Pavones nos lavamos em um riozinho e fomos embora, cansados, esgotados mas com a alma lavada e com o sorriso no rosto...


Eu, tirando uma soneca em Pavones...